1 Ano - A chegada da mais brilhante estrela do céu!

Dia 4 de novembro 2005 -Estava tudo preparado para que no dia seguinte viesses ao mundo. Parto vaginal na clínica : Casa de Saúde da Boavista. Aulas de pré-parto terminadas, enxoval há semanas preparado. Malas à porta.

Última consulta antes do parto. Entramos no consultório. Faltava o resultado da análise ao Streptococcus. A Dra ligou para o laboratório. A análise deu novamente positivo. Toca a mudar tudo. Assim não podemos avançar para parto vaginal. Vamos fazer cesariana! Na altura não sei o que senti. Era um misto de medo e alívio. Por um lado, não teria de estar horas à espera para tu nasceres, mas por outro, iria fazer uma cirurgia. Toca a ligar para um instrumentista. Depois de toda a equipa estar alertada para a mudança de planos, a Dra A. receitou-me um antibiótico para tomar nessa noite (injectável) e disse-me que deveria ir mais cedo para a clínica pois teria de fazer 4 horas de antibiótico antes do parto.

Tomei a injecção, fui para casa. Dormi como um anjo (pensei que não o conseguiria fazer, mas a verdade é que dormi lindamente). Acordei por volta das 8h. Depois da “lavagem à tripa”, fiz a higiene, vesti-me e saímos. Chegamos à clínica por volta das 9h. Enquanto eu arrumava as nossas roupas, o papá foi fazer o check in. 30 m depois apareceram os avós maternos que nos acompanharam e apoiaram o tempo todo. Só sairam de lá nos últimos minutos.
Chega a enf parteira M.L. Dá-me uma bata para vestir e põe-me o cateter (au! Essa doeu!) com o antibiótico e com a Oxitocina para as contracções uterinas. Por voltas das 10:30h chega a Dra Ana. Falamos um pouco. Continuei à espera da hora de te ver e abraçar.

Eram 12h quando chegou a anestesista (Dra L). Médica espectacular. Quando vi a panóplia de agulhas e instrumentos que ela trazia comecei a tremer que nem uma vara verde. O papá apercebeu-se que eu estava à “rasca” e veio logo dar-me a mão. Não me largou um segundo! Sentei-me na beira da cama e inclinei-me para a frente. Senti um frio na espinha (estavam a limpar a pele). A agulha da epidural é espetada e eu nem dou conta. Sinto depois uma espécie de “papel autocolante” nas costas e um fio de pesca a cair-me pelo peito. Pronto! Está dada a epidural. Dra! Disse eu: Dê-me dose de cavalo! Ela riu-se e disse-me: Só lha dou se relinchar.

Estamos prontos! Só falta a outra mamã sair do bloco para entrarmos. Os minutos iam passando e a ansiedade a aumentar. Entram as engermeiras e a freira. Vamos lá mamã! Está na hora. Lá fui na maca de mão dada para o papá.

Entrei no bloco. Senti frio, muito frio. Começaram a fazer os testes da anestesia. Continuava com sensibilidade. Mais uma dose. Olhei em volta. Eram 9 pessoas no bloco mais o papá. De repente deixo de o ver. Fiquei com medo.

Puseram-me a algália. Mais um teste de anestesia. Senti! Gritei eu. Dra! Eu bem que devia ter relinchado!!! Eram umas 13h. Toca a esperar mais uns minutos para ver se a epidural começa a fazer efeito. Estou deitada na maca/cama com os dois braços abertos (parecia um cristo). Só vejo aparelhos, fardas verdes e rosa. De repente vejo uma cabeça em cima da minha: Estou aqui! Era o papá. O meu coração acalmou. O meu companheirão estava lá ao pé de mim. Não me abandonou num dos momentos mais importantes da minha vida.

O pano é subido. Começam os "trabalhos". Não sinto nada. Estava um pouco zonza (deveria ser da anestesia). De repente, baixam o pano e dizem: Aqui está ela. Venha papá!
Enquanto me tiravam a placenta e me coziam (sutura interna), o papá foi assistir (e fotografar) os teus primeiros segundos de vida. Viu todos os testes. Segundo ele, vinhas com olhos muiiiito abertos e toda coberta por uma substância branca.

Depois de todos os exames, o homem da minha vida pegou na filha e apresentou-nos. Vinha a chorar. Foi ele quem nos apresentou. Carreguei-te durante 9 meses e foi o nosso homem quem nos apresentou. Ambos choravamos de alegria. Eras tão pequenina! 2925g, 47 cm. Parecias uma bonequinha.
Mal saímos do bloco a Dra A foi chamar os avós. Estavamos doidos. A pequena estrela tinha nascido!

Ficamos 3 dias na casa de saúde. Nesses dias, só dormias. Parecias um verdadeiro anjinho. Para te dar de comer, tinhamos que chamar as enfermeiras. Muita “porradinha” levaste tu para comer. No entanto, quando chegamos a casa, revelaste-te. Berraste a noite inteira. Foi assim até aos 2,5 meses. Andavamos doidos. Cólicas, cólicas e mais cólicas. Fizemos o curso pós-parto e o de massagens para bebé, mas nem assim a coisa melhorva.
2 meses depois deixaste de mamar o meu leitinho. Começamos a dar-te o Nan 1 Premium.
Desde cedo mostraste a tua personalidade. Palravas e gritavas imenso.
Aos 4 meses iniciaste a papa, aos 5 a sopa e aos 7 o peixe. Hoje com 12 meses já vais comendo um pouco de tudo. Continuas a comer da tua comidinha, mas vamos-te dando um bocadinho da nossa para te ires habituando a novas texturas e sabores. Já bebes leitinho de crescimento.
Tens 4 dentinhos em baixo e está a romper o primeiro de cima.
Não paras, nem podes estar sozinha um segundo. Adoras o dvd da escolinha de música. Só queres atenção. Adoras passear, dançar, brincar com os telemóveis, telefones e comandos da televisão. Ainda não caminhas sozinha. Se te dermos a mão ou se tiveres um apoio corres a casa toda. O teu grande passatempo é empurrar o carrinho de passeio ou passear pela casa com um garrafão de água vazio.
És uma PESTE! Dás algum trabalho, mas EU simplesmente ADORO-TE! Só tenho pena de por vezes não ter a paciência para te dar toda a atenção que precisas. Sei que esta fase mais negra me vai passar e que vamos ser grandes amigalhaças. Podes contar comigo para sempre.

Um grande beijinho pelo teu 1º aninho,

Beijos da tua mamã

Parabéns! 1 aninho!